quarta-feira, 30 de novembro de 2011

24 de Novembro - Quem são os violentos?

Comunicado da plataforma 15 de Outubro lido hoje, em conferência de imprensa dada pelas 12h30 em frente ao Ministério da Administração Interna.

A Plataforma 15 de Outubro, internacionalista, apartidária e pacífica, reivindicando a reposição da justiça e da verdade no que diz respeito aos eventos do dia 24 de Novembro, declara:
Testemunhámos e denunciamos a presença de polícia não fardada e não identificada na manifestação de 24 de Novembro em frente a São Bento. Estes elementos, entre os manifestantes, incitaram à violência com palavras e acções, ao contrário do que afirmou inequivocamente o Ministro da Administração Interna. Esta acção da polícia de um Estado de Direito e dito “democrático” configura uma ilegalidade e um crime. A acção da polícia nos piquetes de greve deste dia pautou-se igualmente pela ilegalidade e repressão, tendo-se apresentado nos locais onde se encontravam os piquetes armada com caçadeiras e metralhadoras, além de ter sido enviada polícia de intervenção para atacar e romper os piquetes.
Repudiamos ser, consciente e propositadamente, apelidados de “delinquentes”, “criminosos” e outros adjectivos que claramente configuram um insulto pessoal e colectivo, com o único objectivo de anular a Plataforma 15 de Outubro como sujeito político. Foi impedida a realização da Assembleia Popular prevista para as 18h00, hora em que começaram os distúrbios. Está a ser construída, consciente e propositadamente, uma narrativa de terror social que visa claramente criminalizar o movimento social e os eventos da Greve Geral e manifestação que, tendo sido um grande sucesso, é minorada pela construção de factos e eventos de “violência” por parte das estruturas de poder.
Manifestamo-nos contra a detenção avulsa de pessoas isoladas, outra tentativa de reforçar esta narrativa criminalizadora.
Somos e continuaremos a reivindicarmo-nos como uma plataforma de acção política pacífica e não aceitaremos ser, como colectivo, associados a qualquer acto de violência que cidadãos em nome individual possam cometer na demonstração da sua legítima revolta.
Rejeitamos a inversão total e propagandística da verdade que está em curso, procurando apelidar de violentas pessoas e movimentos que procuram defender os seus direitos e interesses de forma pacífica. A violência das medidas de austeridade é que é indesmentível e por mais cortinas de fumo que por ela sejam lançadas, está à vista de todo o povo. Acusamos o governo de violência, directa e indirecta, sobre o país.
Em resposta a esta campanha vergonhosa, informamos que convocaremos uma nova manifestação, a realizar no final de Janeiro.
Por tudo isto, a Plataforma 15 de Outubro exige:
A divulgação pública das provas audiovisuais, filmes e fotografias que demonstram claramente a presença e acção provocadora de agentes da polícia não identificados e não fardados dentro da manifestação que ocorreu no dia 24 de Novembro.
A abertura, por parte das entidades competentes, de inquéritos que visem a investigação da acção policial, nomeadamente o uso de violência sobre manifestantes isolados e a instigação à violência por parte de elementos não identificados e não fardados da polícia.
Que os meios de comunicação social, que tão prontamente assumiram esta narrativa distorcida dos acontecimentos, dêm espaço às informações que têm vindo a público, cumprindo o seu dever de informar e repôr a verdade dos factos.
Que sejam retiradas consequências do facto de terem sido proferidas publicamente inverdades por parte do Ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, que reforçaram uma narrativa que não corresponde comprovadamente à verdade dos factos.
Que os detidos no dia 24 de Novembro sejam absolvidos, sendo tido em conta nos seus processos o facto de terem sido detidos de forma ilegal e abusiva através de agentes provocadores que, além do mais, incitaram delitos. Expressamos total solidariedade em relação aos companheiros e companheiras detidos nesse dia.
A criminalização da actividade política e da contestação é um sinal claro dos tempos em que vivemos, em que a Democracia é ameaçada e posta em causa justamente pelo Estado que tem como dever protegê-la. A tentativa de suprimir os acontecimentos históricos que foram a Greve Geral de dia 24 de Novembro e a expressão popular ocorrida na manifestação nesse dia serve de sinal de aviso às forças progressistas. Não permitiremos que vingue a tentativa de fazer com que o medo sufoque a legitimidade das reivindicações populares à dignidade e aos direitos e, como tal, estaremos novamente nas ruas, no final de Janeiro .

sábado, 26 de novembro de 2011

Greve Geral -Trabalhadores gregos solidários em frente da embaixada portuguesa na Grécia

Sindicalistas gregos da central do setor público  Adedy manifestaram-se hoje em frente da embaixada de Portugal em Atenas  "em solidariedade" com a greve geral em Portugal, noticiou a agência France  Presse.
Dezenas de manifestantes juntaram-se em frente da representação diplomática,  no centro da capital, segurando faixas em que se podia ler "Atenas-Madrid-Roma-Lisboa,  a luta é a única via", "Solidariedade com os grevistas de Portugal" e "Luta  contra a política da UE e do FMI". 
A agência Lusa tentou, sem êxito, contactar telefonicamente a embaixada  de Portugal na Grécia, cujo horário de funcionamento, segundo o 'site' do  Ministério dos Negócios Estrangeiros, é entre as 09:30 e as 12:30 locais  (07:30 e 10:30 em Lisboa). 
Portugal observa hoje uma greve geral contra as medidas de austeridade  decididas pelo governo como contrapartida da ajuda financeira do Fundo Monetário  Internacional (FMI) e da União Europeia (UE). 
A Grécia, primeiro país da zona euro a ser atingido pela crise da dívida  há dois anos, foi submetida a duras medidas de austeridade. 
Segundo um relatório do Banco da Grécia hoje divulgado pela imprensa,  12,9 por cento das famílias gregas não têm atualmente qualquer tipo de rendimento,  nem salarial nem assistencial, e 16 por cento dos trabalhadores em idade  ativa estão desempregados.
"Lusa"
 

Viva a Greve Geral !

Quarenta e oito horas após a realização da Greve Geral de 24 de Novembro impõe-se, um balanço dos resultados alcançados com esta forma de luta adotada pelos trabalhadores portugueses:
Esta Greve Geral teve como fundo uma realidade consistente na política exercida por um governo ao serviço do grande capital europeu, uma política de saque sobre quem trabalha, com impostos atrás de impostos, cortes em setores vitais como a saúde, o ensino e segurança social .
Apesar do clima de intimidação reinante, com ameaças dos patrões e do seu governo de lacaios , a realidade traduziu-se na greve mais participada, com setores vitais da economia a paralizarem totalmente ou com uma grande adesão. Cerca de 3 milhões de trabalhadores fizeram greve, significativo, mesmo que represente alguns despedimentos devido à precaridade dos postos de trabalho.
Por mais que tentem desvalorizar os resultados vitoriosos, por mais persistam na provocação dos media vendidos e da arruaça policial não conseguem quebrar uma vontade de continuar e a intensificar a luta contra o terrorismo social do capitalismo, assumido pelo governo da tróika.





Selvajaria policial contra manifestantes nas imediações da Assembleia da República.
O aparato policial posto na rua para intimidar os trabalhadores foi evidente e os atos de violência contra os piquetes de greve e manifestantes, tudo em nome da ordem estabelecida, atropelando os mais elementares direitos de greve ou à manifestação.
Sete detidos e alguns feridos são uma gota de água na afronta de que foram alvo os trabalhadores, fazendo lembrar periodos recentes em que o fascismo salazarento imperava. Repudiemos veementemente estas práticas e quem lhes dá cobertura.

Manifestação na Avenida da Liberdade "indignados"


"Stencil" a propagandear a Greve Geral

Uma das muitas manifestações "indignados" que convergiram para a Assembleia da República

Contra o terrorismo social do governo/tróika


quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Grécia: Não há «salvação nacional» enquanto não derrubarmos a troika e o seu regime

Comunicado da Organização Comunista Grega KOE

Cada um de nós e todos juntos – sair à rua!
Estamos a meio de uma tempestade de rápidos desenvolvimentos políticos. O factor popular é o catalisador. Foi o povo grego que isolou, deslegitimou e marginalizou o governo de Papandreou. O povo pronunciou um estrondoso NÃO ao estado de emergência da troika FMI-UE-BCE e aos acordos com os salteadores internacionais. As manifestações sem precedentes que tiveram lugar durante a última greve geral política de 48 horas e o acontecimento histórico da transformação do Dia Nacional em dia do «NÃO à nova ocupação» não foram as últimas gotas, mas as ondas mais recentes que aceleraram a raiva popular.

Face ao impasse da sua política, o «primeiro ministro» Papandreou tentou uma chantagem generalizada com a sua decisão de fazer um referendo sobre o último acordo nojento de subordinação imposto pela Cimeira da UE de 26 de Outubro. Ele não tinha nenhuma certeza de que o seu referendo se iria realizar – apesar disso, pensou que, através dele, pudesse fazer chantagem: a) às instituições políticas sistémicas para lhes extorquir o seu consenso; b) a certos factores externos com base no apoio de outros; c) ao povo grego. A possibilidade realista de um retumbante NÃO à subordinação e à nova ocupação, caso o referendo se concretizasse (dado que o povo grego tem demonstrado a sua disposição de derrubar o governo e a troika, de todas as formas possíveis) alarmou os quartéis-generais europeus e locais.

O que ontem ocorreu na Cimeira do G20 em Cannes foi uma nova página negra na história da subordinação da classe dominante grega, digna das mais negras tradições da venda dos interesses do nosso povo e do nosso país, desde a fundação do estado grego. O que ontem aconteceu provavelmente apenas pode ser comparado à era da guerra civil sob controle norte-americano e à situação após a guerra civil [de 1946-49]. Merkel e Sakorzy anunciaram ao vivo qual o tipo de referendo que é permitido ao povo grego e qual o que não o é – ameaçando com a fome, como verdadeiros salteadores, as massas gregas caso desafiem as decisões deles. O «primeiro ministro» Papandreou, o mais patético figurante que alguma vez esteve presente em Cannes, ficou à espera num canto até Merkel-Sarkozy anunciarem a sua decisão, e depois apenas apareceu para ratificar as ordens dos extorsionários europeus.


A chantagem de Merkel-Sarkozy traduz-se assim: «Nós é que decidimos o vosso destino. Vocês calam-se e obedecem. Vocês estão sujeitos ao estado de emergência, e o vosso povo não tem direito a exprimir a sua opinião – o vosso povo está em liberdade condicional e sob tutela estrangeira. Vocês vão formar um «governo de unidade nacional» que nos vai servir, caso contrário nós vamos pôr-vos fora da zona euro, assim que acabarmos de vos espremer completamente. E não é preciso dizer que, em todo o caso, vão continuar a pagar.« Face a esta extorsão, o que é que responderam o sistema político da subordinação, os seus partidos políticos e os seus principais meios de comunicação? A resposta deles foi: «Vamos apoiar o regime da troika através de um ‘governo de salvação nacional’.» Não esperamos outra coisa de um sistema que não consegue sobreviver sem o domínio dos extorsionários e dos usurários. Não esperamos nada de diferente de um sistema que amarrou o seu destino ao serviço dos seus amos estrangeiros.

No entanto, o nosso povo consegue fazer uma coisa diferente! Derrubar este regime miserável. Isto é, derrubar a troika e os acordos com os salteadores internacionais e pôr fim ao sistema político corrupto. Unindo as suas imensas forças para fornecer um caminho político, económico e social diferente ao país. Esse caminho exige o fim imediato e total dos pagamentos aos «credores» e o inicio de uma grande campanha pela restruturação da produção, de forma a que o povo grego consiga estar sobre os seus próprios pés e deixe de viver sob tutela e chantagem estrangeiras. Assim, o nosso povo conseguirá seguir na via da Democracia autêntica, da Independência e da Emancipação. Esta é a via da verdadeira salvação, da sobrevivência e da liberdade para o povo e para o país.

Quando o nosso povo seguir por este caminho, não terá medo de romper com todos os factores e mecanismos que mantêm a Grécia com o estatuto de país cativo e humilhado, que transformam a Grécia num protectorado europeu pós-moderno, submerso na miséria e na escravidão. Desta forma, será enviada uma mensagem de Dignidade e Resistência da Grécia para os povos de todo o mundo. A zona euro, imersa numa longa trajectória de rivalidades e liquidação, não conseguirá sobreviver através da transformação em ruínas de todas as conquistas populares e democráticas. O euro, depois de ter sido o veículo em dinheiro vivo da transferência de riqueza para os poucos poderosos, o veículo das opções mais obscuras e antipopulares, é agora usado como um dogma religioso inegociável, à custa da sociedade. No entanto, não há outra doutrina a não ser a sobrevivência e a dignidade do povo!

O consenso de todo o mundo burguês, baseado na aceitação do acordo de tipo colonial, tal como foi ontem imposto em Cannes por Merkel e Sarkozy, é uma provocação contra o povo grego e a sua vontade expressa. Caíram as máscaras: o Sr. Samaras, líder da «oposição» de direita e até ontem «opositor do acordo», declarou hoje que está presente e pronto para um governo ao serviço de todos os acordos, da troika e do último acordo de tipo colonial. Isto não é uma «salvação nacional», mas sim um caminho coordenado para a liquidação do país e de toda a sociedade.

Nenhum governo de «unidade nacional», de «salvação», «consenso» ou o que lhe quiserem chamar, será aceite pelo povo enquanto aqueles que prepararam esta «solução» quiserem manter a perpetuação do estado de emergência e o domínio da troika. Não haverá nenhuma unidade se eles quiserem o nosso povo de joelhos e o nosso país subordinado a amos estrangeiros! Não haverá nenhum consenso enquanto os acordos predatórios se mantiverem em vigor e a troika se mantiver na Grécia. O nosso povo «votará» novamente nas ruas e vai enviar de novo uma mensagem clara: NÃO à nova ocupação!

O povo grego nunca pediu uma «solução» através de eleições, nem através de um referendo nas condições ditadas por Papandreou ou pela UE (embora o povo grego também pudesse encontrar uma forma de exprimir a sua raiva e o seu NÃO em qualquer um desses processos – eleições ou referendo), nem um «governo de salvação nacional» ao serviço da troika. Por esta razão, a criação de um novo «governo de unidade nacional» pro-troika é um flagrante desvio e um golpe antidemocrático. O nosso povo pronunciou-se claramente: lutou nas ruas pela queda deste governo que hoje se está a despedaçar. Lutou pelo derrube de todo o sistema político corrupto e para pôr fim à junta dos acordos e da troika. Exigiu uma verdadeira Democracia e Independência.

Ninguém pode subestimar este claro mandato popular! É com estas reivindicações que o nosso povo vai continuar a luta até ao derrube de qualquer governo que esteja ao serviço da troika. O papel da Esquerda não é pedir eleições em geral, mas sim contribuir para a construção de uma ampla frente popular pela salvação do país.

Não há «salvação nacional» enquanto não derrubarmos a troika e o seu regime

Fim aos pagamentos, Restruturação produtiva, Democracia – JÁ!

Uma Frente Política e Social por uma saída político-económico-social!

NÃO à nova ocupação – Por uma mudança popular radical!
3 de Novembro de 2011
Organização Comunista da Grécia – KOE

Em Defesa dos Transporte Públicos


CONCENTRAÇÃO
17 de Novembro.Quinta-feira.ás 18:00 h.s
Junto ao ministério dos transportes
(Rua da Horta Seca ao Lg.Camões)

A Plataforma das comissões de utentes dos transportes de Lisboa convoca para amanhã uma concentração que se propõe lutar: Contra os cortes das carreiras da Carris e encerramento do Metro! Contra o aumento dos preços! Pela defesa do Passe Social!

Mobilizemo-nos para este combate, impedindo a aplicação das medidas terroristas do governo PSD/CDS ao serviço do grande capital financeiro . Trata-se de uma tarefa árdua, que objetivamente só pode ser vitoriosa com a participação dos trabalhadores do sector dos transportes.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Por uma Greve Geral Combativa

Comunicado emitido pelo Circulo Revolucionário a propósito da Greve Geral do dia 24 de Novembro

Na profunda crise actual do sistema capitalista, os cerca de 147 grupos financeiros e 500 super-monopólios que dominam o mundo lutam ferozmente por maximizarem os seus lucros. Através das suas instituições internacionais (FMI, Banco Mundial, BCE, União Europeia) temos estado a assistir a uma restruturação do capitalismo global, subjugando todos os povos do mundo, concentrando nas suas mãos os meios de produção e intensificando a exploração e aumentando a destruição do planeta. Chile, Haiti, Moçambique, Tunísia, Grécia, Irlanda, Portugal, todos os povos e nações deste globo estão a ser vítimas do assalto económico e militar do ditame financeiro desses poderes transnacionais.

Perante este ataque, o poder político servil e corrupto das classes dominantes desses países tem-se mostrado sempre disponível. Em Portugal, os governos, o parlamento e os partidos burgueses PSD/CDS/PS sem distinção passaram a ser basicamente executantes e altifalantes da voz do poder económico e financeiro. Os dados “objectivos” que o actual governo apresenta como justificação para as suas medidas, na realidade seguem a lógica financeira da banca e do grande patronato com o único objectivo de transferirem a riqueza que nós criamos para os cofres desses parasitas.

Os trabalhadores, os desempregados e os reformados, sejam portugueses ou imigrantes, mulheres ou homens, enfrentam a ditadura dos bancos e das multinacionais da “Troika” (Barclays, Deutsche Bank, Siemens, Volkswagen, etc., ...), bem como da banca e do grande patronato portugueses (BCP, BPI, Mello, Sonae, ...) e dos seus governantes. Eles apropriam-se diariamente – a custo cada vez mais próximo do zero – do produto do nosso trabalho, eliminam as conquistas obtidas através de duras lutas e acabam com condições mínimas de vida na saúde, na educação dos nossos filhos, na habitação, nas reformas dos nossos idosos, espremem-nos através do aumento do custo de vida, de impostos e de taxas e juros de toda a ordem!

Não passa nenhum dia sem que seja introduzida alguma medida nova que elimina direitos e visa transformar-nos em novos trabalhadores escravizados à semelhança do que existiu durante o colonialismo em África, ou do que existe hoje em muitos países asiáticos como a China, a índia, etc.

Só uma luta com determinação nos abre perspectivas!

Pergunte-se a si próprio: espera mesmo que esta “governação unida” PSD/CDS/PS e o seu parlamento faça algo a seu favor, perante os acontecimentos dos últimos anos?

A nossa mobilização com determinação, persistência e organização é a única defesa que temos. é esta a grande lição que se pode tirar da vitoriosa revolta do povo moçambicano em 2010 contra a imposição pelo FMI do aumento brutal dos alimentos, das recentes lutas do povo chileno e da crescente revolta do povo grego contra a ditadura da fome e da miséria impostas pela Troika.

A GREVE GERAL do dia 24 de Novembro é um passo significativo no avanço da nossa luta!

As fábricas, as empresas, os serviços e as ruas são os nossos locais de resistência!

Lutamos pelo repúdio da dívida e da política de austeridade do governo, contra as medidas que aumentam a precaridade, o trabalho escravizado, e pela utilização dos recursos do país no apoio social, na educação e na saúde, e não no resgate dos grandes banqueiros e grupos capitalistas.

A nossa luta continua até à extinção de todos os acordos de dependência do país, e deve prosseguir em conjunto e em solidariedade com todos os povos da Europa em luta contra os ditames do FMI !

POR UMA AMPLA MOBILIZAçãO PARA A GREVE GERAL!
MOBILIZAÇÃO GERAL

É importante discutirmos com os colegas, ouvir as suas dúvidas, passarmos a informação, preparar acções em conjunto, organizarmos a GREVE GERAL com todos – com sindicatos combativos contra todas as tentativas de intimidação nas empresas.

No bairro, é importante falarmos com os vizinhos, apoiarmo-nos no dia-a-dia contra a fome, prepararmos a resistência conjunta contra os despejos, o encerramento de serviços públicos e o aumento de transportes.

No dia da Greve Geral, apoiemos activamente a sua realização, seja através de concentrações na empresa onde trabalhamos, seja nas empresas próximas do bairro onde vivemos. Juntemo-nos numa gigantesca concentração que seja a expressão da nossa determinação de luta!

A luta é de todos nós em todos os lugares!


Novembro 2011
circulorevolucionariolx@yahoo.com
http://

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Protesto na foz do Tua

Movimentos cívicos e organizações ambientais solidarizam-se com prptestos na foz do rio Tua .

A QUERCUS, GAIA, COAGRET, AAVRT, Campo Aberto e Geota saúdam o protesto, decorrido no passado dia 6 de Novembro, alertando para os custos encapotados e avultados da construção das novas barragens, pois estas vão custar aos portugueses um valor equivalente ao actual défice de Portugal. As condições de concessão das novas grandes barragens vão criar novos custos para os consumidores e contribuintes, que vamos ter que pagar durante os 65 a 75 anos de concessão, na factura de electricidade ou através dos impostos.

É estimado que o encargo total das novas barragens para os cidadãos atinja os 16 mil milhões de euros durante a vida da concessão, ou seja 4900 Euros / família. Equivalente ao deficit actual .

Para além dos argumentos económicos, só por si suficientes para o governo suspender este projecto, a barragem de Foz Tua está a pôr em risco a classificação da UNESCO de Património da Humanidade, à paisagem do Douro Vinhateiro, esta barragem vai também destruir a centenária linha ferroviária do Tua - considerada pelo IGESPAR como tendo “um valor patrimonial de excepçãonos domínios histórico, social, técnico e paisagístico”, vai destruir muito património ambiental relevante e ainda solos agrícolas e florestais.

Assim, as organizações cívicas e ambientais saúdam esta acção e alertam os novos dirigentes políticos para este atentado múltiplo:

- à economia nacional, por obrigar, numa altura de crise, ao pagamento de verbas avultadas durantes as próximas décadas;

- à biodiversidade, por destruir os últimos ecossistemas de água corrente em Portugal, por obrigar ao abate de milhares de árvores protegidas e por submergir habitats;

- ao património, porque a barragem de Foz Tua põe em sério risco a classificação do Douro Vinhateiro como Património da Humanidade pela UNESCO;

- às populações do Douro, principais sacrificadas, não só pela possível perda da distinção da UNESCO, mas porque o Douro já conta com 60 barragens e a maioria das novas barragens vai incidir sobre a bacia hidrográfica do Douro, recaindo assim no Douro a maioria dos impactes negativos;

- às populações das regiões costeiras, obrigadas a gastar milhões de euros a restaurar o areal das praias, situação para a qual contribui a retenção de sedimentos por parte das barragens;

- aos portugueses, pelas mentiras a que continuam sujeitos a respeito das barragens, pela perda de solos rentáveis, pela perda de recursos hídricos para privados, pela perda de paisagem, pela perda de desporto de águas bravas, pela perda de transportes públicos;

- à coerência energética, porque a produção líquida de energia das novas barragens será nula - como demonstrado pelo Prof. Pinto de Sá, especialista em energia do Instituto Superior Técnico, que estima que Portugal venha a ter dentro de alguns anos a electricidade mais cara do mundo, porque as 10 barragens do Plano Nacional vão gerar apenas 3% da electricidade consumida em Portugal, porque Portugal tem aumentado em muito o consumo de electricidade sem aumentar na mesma proporção o PIB nacional (revelando-se urgente apostar na eficiência energética).

Portugal tem um potencial de poupança energética acima dos 20%, com vantagens óbvias a nível da economia, emprego e sustentabilidade, pelo que as organizações cívicas e ambientalistas em protesto na foz do Tua não aceitam a construção desta barragem nem das restantes 9 do Plano Nacional por apenas 3% da electricidade consumida e com prejuízos para o ambiente, economia e sociedade portuguesa tão avultados.

Os impactos da construção da barragem de Foz-Tua são irreversíveis – para o bolso dos cidadãos, para o património e para a natureza, e hipotecam para muitas gerações o futuro de Trás-os-Montes. É urgente um novo olhar para Trás-os-Montes e para o desenvolvimento transmontano, em particular, do Vale do Tua.

Foz Tua, 6 de Novembro de 2011

As Direcções Nacionais
Campo Aberto, AAVRT, COAGRET, GAIA, GEOTA, QUERCUS

Todos á Greve Geral

Manifestação geral da Função Pública

Sem Alfonso Cano as FARC-EP continuam o combate

por Marcelo Sepúlveda Araujo
Quando assassinaram Che Guevara a rebeldia latino-americana acabou? Pensam suprimir a dignidade de Nossa América assassinando Alfonso Cano? Esta é "a paz" do genocida Santos? O que dirão os hipócritas "estadistas" que o abraçam sorrindo, em nome do "realismo diplomático"?
Que Santos não se esqueça….

Depois da morte de Carlos Fonseca, principal líder e fundador da guerrilha da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), a insurgência da Nicarágua derrotou o vergonhoso regime de Somoza e triunfou a revolução.

O mesmo aconteceu no Vietnã, com a morte de Ho Chi Minh. Há poucos anos, militares e assessores ianques tiveram que se retirar do sudeste asiático com o rabinho entre as pernas, derrotados e humilhados, quando antes se sentiam amos e senhores do povo vietnamita.

Em numerosos países e sociedades, o assassinato dos líderes populares não impediu o triunfo da rebeldia organizada, quando esta contou com uma proposta estratégica de poder. É preciso aprender com a História.

Constitui pura ilusão, superficial, ignorante e banal, a crença da classe dominante colombiana (compartilhada por seus mestres gringos do norte) de que a morte de um líder guerrilheiro possa acabar com um processo de luta de massas que permanece ativo, com décadas de confrontação. Estão gravemente equivocados se pensam em submeter a insurgência pela via militar.

Porém, os relatos auto-legitimadores da classe dominante colombiana (e seus monopólios de informação que funcionam como correias de transmissão em suas operações de guerra psicológica) defendem essa lógica como verdade absoluta. Falam de si mesmos. Olham-se no espelho e se auto-convencem para aplacar seus medos.

Há poucos dias, uma multidão enorme de milhares e milhares de estudantes rebeldes colombianos tomou de assalto as principais cidades do país, em defesa da educação pública e gratuita. E o fizeram desafiando a polícia e outras forças anti-motim. O mesmo aconteceu com o movimento indígena e popular, que já começa a levantar-se, cada vez mais organizado.

A oligarquia aburguesada da Colômbia acredita que assassinando Alfonso Cano, principal líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (FARC-EP) vai conseguir calar todo esse movimento popular de massas (de onde é parte a insurgência). Que ilusão! Quanta ingenuidade!

Sabemos bem quem é Santos. Conhecemos seu rosto cínico, lascivo, depravado e anormal, quando se deixou fotografar ao lado de outros cadáveres insurgentes. Só um perverso, um depravado pode festejar a morte dessa maneira e com esse tipo de sorriso. Mesmo a morte de inimigos. Vimos essas fotografias no passado, quando ele era ministro de Defesa. Nós o conhecemos bem. Bem até demais...

O que interessa aqui não é a opinião desse perverso, mas sim o estado de espírito dos povos e das massas populares, principalmente da juventude. Do povo colombiano e dos povos de Nossa América. Os povos sabem perfeitamente bem que, mesmo quando morreu Simón Bolívar, a luta, longe de apagar-se, continuou durante dois séculos. O mesmo ocorreu, anteriormente, com Tupác Amaru e Tupác Katari.

Quando assassinaram José Martí, Cuba continuou lutando até derrotar definitivamente os impérios que a subjugaram. Acabou a luta com a morte de Martí? Ninguém, exceto um ignorante (por mais dinheiro que tenha, continua sendo um ignorante), poderia acreditar que, com o cadáver de Martí, a luta do povo cubano tivesse acabado.

Poderíamos recorrer a cada um de nossos países, cada uma de nossas sociedades, cada uma de nossas histórias, e os exemplos se multiplicariam infinitamente.

"Triunfar ou servir a outras bandeiras. Até depois de mortos seremos úteis", previu Julio Antonio Mella, pouco antes de cair assassinado no México. E teve razão. O mesmo acontecerá com o companheiro, camarada e comandante Alfonso Cano, líder da insurgência colombiana. Podem fazer o que quiserem com o cadáver. Com o cadáver de Che Guevara cortaram as mãos e o enterraram num túmulo para indigentes. Assim pensavam terminar com o exemplo do Che! Podem manipular o corpo de Alfonso Cano. No entanto, com o exemplo de Alfonso, não poderão fazer nada.

E os presidentes da América Latina? Seguirão apertando a mão assassina deste personagem sinistro, deste empresário milionário que, como ministro de Defesa de Uribe, assassinou milhares de pessoas, jogando-as como se fossem animais em túmulos sem identificação; o maior cemitério de indigentes de todo o continente, superior aos das ditaduras militares do Chile, da Argentina, do Peru ou da Guatemala nos anos 70. Encontraram-se há pouco tempo na Colômbia 2.000 cadáveres, correspondentes aos assassinatos do período de Santos como ministro da Defesa.

Seguirão falando da "governabilidade" continental sem ficarem ruborizados? Continuarão entregando revolucionários ao carniceiro Santos, violando todo o direito internacional, com cara de feliz aniversário?

E os jornalistas? Poderão continuar escrevendo alegremente que na Colômbia existe "democracia"? Não será a hora de rebelarem-se contra esse controle militar da informação?

E os acadêmicos? Por que na hora de escrever e analisar as lutas e "novas experiências" de Nossa América mencionam unicamente Cuba, Venezuela e Bolívia (quando muito acrescentam o Equador)? Por que os acadêmicos se fazem de desentendidos com as lutas populares da Colômbia? Será talvez porque na Colômbia a luta armada continua se desenvolvendo e essa temática não está permitida no núcleo duro dos programas acadêmicos? Talvez analisar a luta armada da Colômbia se torne um obstáculo para o recebimento de bolsas de pesquisa e subsídios? Os acadêmicos começarão a incluir a Colômbia entre os estados que praticam políticas de Estado genocidas ou continuarão fazendo-se de desentendidos?

Em uma palavra: depois do assassinato do líder insurgente Alfonso Cano, quem poderá se fazer de ingênuo, dizendo que Santos é diferente de Uribe?

Apelamos aos jornalistas que acreditam sinceramente na liberdade de expressão, aos acadêmicos dignos que não se deixam humilhar, inclusive aos políticos que, mesmo sem compartilhar do projeto da guerrilha, não estão dispostos a se sujarem, apertando a mão sangrenta de Santos.

Que ninguém se engane. A luta segue. Aqui não terminou nada.

Em algum momento pagarão pelos seus crimes.

Anastasio Somoza também se sentia poderoso, soberbo e inexpugnável... Mesmo assim terminou.


05/Novembro/2011

O original encontra-se em http://www.rosa-blindada.info/?p=868
Declaração pública por FARC-EP
Ouvimos da oligarquia colombiana e seus generais o anúncio oficial da morte do Camarada e Comandante Alfonso Cano. Ainda ressoam suas alegres gargalhadas e seus brindes de entusiasmo. Todas as vozes do estabelecimento coincidem em que isso significa o final da luta guerrilheira na Colômbia.

A única realidade simbolizada pela queda em combate do camarada Alfonso Cano é a imortal resistência do povo colombiano, que prefere antes morrer do que viver de joelhos a mendigar. A história das lutas deste povo está repleta de mártires, de mulheres e de homens que jamais deram o seu braço a torcer na busca da igualdade e da justiça.

Não será esta a primeira vez que os oprimidos e explorados da Colômbia choram um dos seus grandes dirigentes. Nem tão pouco a primeira em que o substituirão com a coragem e a convicção absoluta na vitória. A paz na Colômbia não nascerá de nenhuma desmobilização guerrilheira e sim da abolição definitiva das causas que dão origem ao levantamento. Há uma política traçada e é essa que será continuada.

Morreu o Camarada e Comandante Alfonso Cano. Caiu o mais fervoroso convencido da necessidade da solução política e da paz. Viva a memória do comandante Alfonso Cano!

Secretariado do Estado Maior Central das FARC-EP
Montanhas da Colômbia, 5 de Novembro de 2011

O original encontra-se em http://anncol.info/...

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Lutar contra o terrorismo capitalista é o caminho

1. Quem domina o mundo?

a. A resposta é apresentada por três investigadores suiços do Instituto Federal de Tecnologia, em Zurique, numa edição recente da revista científica "New Scientist":

49 bancos e seguradoras nos primeiros lugares de uma lista de 148 super-monopólios !

Vejam o site: http://www.newscientist.com/article/mg21228354.500-revealed--the-capitalist-network-that-runs-the-w...

Os factos são interessantes, as conclusões não explicam a falência de um dos gigantes que está na base do rebentar da última fase da crise capitalista.

b. Vejam também um press-release (em inglês) da ong alemã "foodwatch" sobre o terrorismo financeiro do Deutsche Bank e da banca americana que causa a fome no mundo!

2. Quem luta contra o ditame da banca?

Apresentamos o excerto (em anexo) de uma declaração de uma das organizações gregas muito combativa na defesa do povo grego, a OKE (Organização Comunista da Grécia), contra a Troika e as ameaças de ditadura do exercito grego que, na história pós-guerra mundial II, sempre esteve pronto para introduzir uma ditadura militar (com o apoio da NATO) contra o povo. Os gregos estão em luta contra a miséria absoluta e a repressão na Grécia, após a ação de "salvação" da UE, i. e., o "perdão da dívida" pela entrega de todo o património público (empresas, valores imobiliários), de direitos sociais, de reformas, de segurança social...: isto é a escravização de um povo inteiro por este sistema de lucro máximo!

Organizar a luta consequente contra a TROIKA e os seus lacaios menores acoitados no governo PS/PSD !

Já não há argumentos para desviar o olhar e falar dos gregos como se fosse outra coisa.

SOMOS TOD@S GREG@S ! NÃO à TROIKA!

A greve geral já vai a caminho...

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Grécia- O referendo e a intensificação das manifestações anti-regime

Nestes últimos dias os desfiles escolares em toda Grécia convertem-se em manifestações contra o regime .

O feriado “nacional”e o desfile de caráter e inspiração fascista é obrigatório para todos os alunos dos seis cursos das escolas secundárias do país, assim como para seus professores. Apesar disso, em 28 de outubro, em muitas cidades de toda Grécia, os desfiles foram cancelados e converteram-se em manifestações, com muitos dos manifestantes a vaiarem e a insultarem a representanção do estado parasitário responsável pelo enfeudamento da Grécia ao grande capital europeu.

Em Atenas, o desfile escolar teve lugar na Avenida Amalia, em frente ao parlamento, na presença da ministra da educação, Diamantopulu. Durante o desfile muitos manifestantes fizeram ecoar palavras de ordem contra o governo e as medidas de austeridade; os alunos de várias escolas negaram-se a saudar a Ministra e restante comitiva a cumprir o ritual fascista. Outros manifestantes ao passarem junto à tribuna , viraram a cabeça para o outro lado da avenida, enquanto alguns optaram por agitar lenços negros. Os músicos da Banda Filarmônica de Atenas colocaram fitas de cor preta em seus instrumentos musicais. Assim, de maneira coletiva, responderam às ameaças da Câmara de Atenas, que havia ameaçado os músicos da banda municipal que demitiria qualquer um que aderisse ao ato de protesto.

Em Kalicea, bairro de Atenas, populares expulsaram os políticos da tribuna das comemorações e ocuparam os seus assentos.Exemplo seguido por outros bairros de Atenas e de outras cidades gregas .

Os protestos neste feriado nacional não tem precedentes na história moderna da Grécia.

Em Tessalônica, a repressão abateu-se sobre os cerca de 500 manifestantes que estavam alinhados frente à tribuna das comemorações. A polícia não deixou os manifestantes avançar para as grades da tribuna para derrubá-las. A avenida onde ia ser realizado o desfile foi evacuada pela polícia e furgões policiais se colocaram ao longo dela, fechando o acesso das pessoas à rua vazia, tal como nos dias da ditadura dos coronéis, de 1967 a 1974.
Os manifestantes acabaram por conseguir ocupar a tribuna de e sendo o Presidente da República forçado a abandonar o local, sendo insultado por por populares em grande revolta. Também houve conflitos entre os cidadãos e militares.

Em Patras, terceira cidade mais populosa da Grécia, o povo vaiou o vice-ministro da Defesa, Spiliopulos, enquanto ele este se dirigia para a catedral da cidade . Um pouco mais tarde, ao render homenagem ao chamado Monumento aos Caídos, O ministro recebeu uma chuva de ovos e outros objetos. Além disso, os manifestantes perseguiram e expulsaram jornalistas ao serviço do sistema. Manifestantes ocuparam a avenida principal da cidade, onde seria realizado o desfile escolar:

Na ilha de Rhodes, o desfile realizado na capital foi interrompido quando muitas pessoas romperam o cordão policial que protegia os dirigentes locais. A revolta dos populares ao dirigirem-se à tribuna das comemorações com intenções muito agressivas. Alguns deputados e o ministro do Desenvolvimento refugiaram-se num edifício do governo.

Na capital da ilha de Creta, Heraklion, os populares vaiaram os políticos do regime jogando sobre eles vários objetos , exigindo a sua saída. No final, retiraram-se todos.

Na cidade de São Nicolau, na mesma ilha, o representante do governo foram forçados a fugir diante as vaias fortíssimas dos cidadãos da capital da província. Creta era considerada um dos redutos do partido no poder.

Na cidade de Volos, cerca de 1.000 adeptos da equipa de futebol local invadiram a área das celebrações e enfrentaram as forças antidistúrbios. A polícia usou granada a violência. Outros grupos de cidadãos destruíram a tribuna de autoridades e os jogaram ao mar suas partes quebradas, assim como muitas cadeiras. Em seguida, membros do movimento “Não pago” e outros manifestantes fizeram o seu próprio desfile - marcharam pelas ruas do centro da cidade. As vaias haviam começado horas antes, após uma cerimônia religiosa em uma igreja da cidade.

Na capital da ilha de Corfú, muitas pessoas foram para a tribuna para vaiar as autoridades locais e, acima de tudo, o secretário-geral do Ministério do Comércio. O governador local das ilhas jônicas ordenou o cancelamento do desfile escolar, frente à ameaça de ser ultrajado, tanto ele como todos os demais representantes das autoridades. Os populares em revolta da ilha não se limitaram a gritar contra o governo-gestor da política imposta pelo F.M.I., o Banco Central Europeu e a União Européia. Ocuparam a tribuna , desfraldaram bandeiras e expulsaram os dirigentes locais, que se viram evacuados pela polícia.

Em Kalammata, cidade do sul da Grécia, os alunos usaram durante o desfile braçadeiras de luto, e, ao passarem pela tribuna das autoridades, viraram a cabeça para o lado oposto. Um pouco antes do final do desfile, foram atirados tomates, ovos e vários outros objetos contra os ministros presentes e demais parasitas. O desfile foi interrompido por 15 minutos. A tensão continuou no final do desfile, quando o povo exigiu que saíssem todos. Muitos manifestantes conseguiram alcançar e insultar o deputado local Vuduris, apesar de estar escoltado por mais de 30 policias.

Na cidade de Trípoli, no Peloponeso, muitos habitantes gritaram frases contra os deputados locais, o governo e todas as autoridades durante todo o desfile, cobrindo com suas vozes as marchas que soavam pelos alto-falantes. A presença dos manifestantes foi massiva e muito combativa, com gritos, lemas e bandeiras durante todo o desfile. Os alunos, que foram forçados a desfilar ao passar pela tribuna, como em toda a Grécia, viraram a cabeça para o lado oposto a ela. Ao final deste show chamado desfile escolar, o ministro da Justiça, Papaioanou, teve de ser retirado por seguranças e policias, entre gritos e vaias.

Na cidade vizinha de Pyrgos, as pessoas vaiaram todos os representantes do poder, especialmente o governador da região a que pertence à cidade. O povo exigiu que saíssem todos esses parasitas. O desfile começou quando se viram forçados a deixar o local, sem assistir ao evento que melhor reflete sua ideologia. No final do desfile escolar os populares ocuparam a avenida principal da cidade, não permitindo a continuação do desfile por outras associações da cidade.

Na cidade de Náuplia, também no Peloponeso, o ministro do Meio Ambiente foi forçado a retirar-se e fugir para um endereço desconhecido, sendo fortemente vaiado por muitos manifestantes. Da tarefa de sua fuga se encarregaram as forças policiais locais - ou seja, os de costume - cães leais aos seus donos.

Na cidade e Trikala, Tessália, centro da Grécia, a polícia tentou impedir as pessoas que se manifestavam, quando muitos dos reunidos romperam o cordão policial e atingiram deputado do partido do governo Pasok , Magufis. Um dos manifestantes foi detido, fato que causou algumas reações ainda mais combativas dos manifestantes, que barraram o carro da polícia no qual estava o detido. O detido foi liberado poucos minutos depois, sendo aplaudido pelo povo. Os representantes das autoridades locais, humilhados, se viram -se obrigados a evacuar a área do desfile. O desfile tornou-se numa massiva manifestação.

Estas acções de revolta do povo grego, estenderam-se a muitas outras cidades e localidades gregas, demonstrando que o povo grego está farto da política do presente governo ao serviço do grande capital europeu. A revolta está latente e por mais manobras de diversão, caso da proposta de referendo do primeiro ministro grego não pode escamotear que os seus dias no governo tendem a acabar muito em breve.

A revolta dos gregos está aí e vai intensificar-se .

Barragens- Travar os crimes ambientais é assegurar um futuro saudável

O video seguinte relativo ao programa televisivo "biosfera" alerta-nos para os atentados ambientais provocados por capitalistas sem escrúpulos que em função do lucro põe em causa o ambiente, a nossa vida e o futuro.