terça-feira, 19 de junho de 2012

Dia 30, Movimento de Desempregados sai à rua em várias cidades do país


MANIFESTO                    
Unidos pelo Direito ao Trabalho e à Dignidade!

Portugal segue um caminho autodestrutivo: mais de um milhão de homens e mulheres estão sem emprego. Há cada vez menos emprego com direitos. Ao mesmo tempo reduzem-se as prestações sociais, dificulta-se o seu acesso e facilita-se a sua retirada. O trabalhador desempregado é criminalizado e desumanizado. Perde direitos, não usufruindo de Igualdade nem Liberdade. O trabalhador desempregado, como os que dele dependem, perde acesso a serviços essenciais, à educação, à cultura, à saúde, à mobilidade e por estas razões o trabalhador desempregado dificilmente cumpre com as obrigações da sua vida pessoal, familiar e social. Ao mesmo tempo que cresce o desemprego, crescem o trabalho precário, o trabalho a falsos recibos verdes e as empresas de trabalho temporário.

Ao mesmo tempo que cresce o desemprego e o trabalho sem direitos, os trabalhadores desempregados são utilizados como moeda de troca para a redução de direitos e salários e aumento dos deveres, responsabilidade e horas de trabalho dos concidadãos empregados. Estes, assim chantageados, acabam por ceder passivamente a situações ilegais ou indignas, entretanto tornadas legais. O trabalhador desempregado está apto a trabalhar e quer trabalhar. O trabalhador desempregado não quer esmola, quer emprego com direitos para si e para os seus concidadãos. O trabalhador desempregado precisa de apoio social na procura de emprego, mas acima de tudo precisa de um emprego digno, estável, que cumpra os seus direitos constitucionais, para poder viver uma vida independente e contribuir, como os seus concidadãos, para o bem comum.

Assim exigimos: •O cumprimento efectivo do Artigo 23° da Declaração Universal dos Direitos Humanos, ao qual Portugal se obriga por tratados internacionais:

1.Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições equitativas e satisfatórias de trabalho e à protecção contra o desemprego.
2.Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho igual. 3.Quem trabalha tem direito a uma remuneração equitativa e satisfatória, que lhe permita e à sua família uma existência conforme com a dignidade humana, e completada, se possível, por todos os outros meios de protecção social.
4.Toda a pessoa tem o direito de fundar com outras pessoas sindicatos e de se filiar em sindicatos para defesa dos seus interesses.
•O cumprimento efectivo da Constituição Portuguesa, nomeadamente do Artigo 58.º Direito ao trabalho:
1.Todos têm direito ao trabalho.
2.Para assegurar o direito ao trabalho, incumbe ao Estado promover:
a.A execução de políticas de pleno emprego;
b.A igualdade de oportunidades na escolha da profissão ou género de trabalho e condições para que não seja vedado ou limitado, em função do sexo, o acesso a quaisquer cargos, trabalho ou categorias profissionais;
c.A formação cultural e técnica e a valorização profissional dos trabalhadores. O Movimento Sem Emprego considera que um trabalhador desempregado não é um criminoso.
Assim exige ainda, para além do presente nestes artigos:
1.O fim do tratamento discriminatório e punitivo do trabalhador desempregado:
•Fim do “termo de residência” enquanto tem direito às prestações sociais para as quais contribuiu;
•Fim da obrigação de aceitar situações incompatíveis com a procura de emprego ou melhoria de qualificações, como por exemplo o voluntariado, que não representa um verdadeiro emprego com os respectivos descontos para a segurança social;
•O trabalhador desempregado, enquanto cidadão digno, apto e empenhado em encontrar emprego exige o fim da discriminação e difamação a que é sujeito pela imprensa, comunicação social e comunicados governamentais.
2.Exigimos ainda a criminalização do trabalho precário, temporário, sub-emprego e trabalho sem direitos que exijam ao trabalhador desempregado, precário ou sub-empregado as responsabilidades e deveres de um trabalhador empregado.

O Movimento Sem Emprego é constituído por trabalhadores que alternam a sua condição entre o desemprego, o sub-emprego ou a precariedade. Estamos empenhados na união dos trabalhadores desempregados e no combate político de defesa dos seus direitos. O Movimento Sem Emprego pretende ainda dar apoio jurídico e denunciar situações de incumprimento, de injustiça, de criminalização e opressão dos trabalhadores desempregados.

Unidos pelo Direito ao Trabalho

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Síria - Para reflectir sobre a monstruosa actual operação de intoxicação

"Estamos perante uma manipulação e falsidade muito maior que a da ave a morrer “presa no petróleo de Sadam Hussein”, quando da guerra do golfo. A violência desta guerra é uma infâmia, mas os “queridos”libertadores islamitas, os fanáticos da Al Qaeda, aliados dos americanos, das monarquias absolutas das arábias, já mostraram do que são capazes na Líbia, no Afeganistão, em Nova York, em Londres, etc. Só a cegueira dos mandantes planetários é que pode ter esta “tropa” por aliados e criminosos no terreno; só a cegueira dos mandantes planetários unipolares é que pode construir esta miserável traficância da comunicação e da mentira. Apesar desta violência brutal, uns e outros não são a mesma coisa: a escolha não pode ser entre a cólera e a peste." BBC--A"INDEPENDENTE" Imagem publicada no mural do Facebook de José Goulão, conhecido e reconhecido jornalista, com um texto seu, que se reproduz. O MASSACRE DA VERDADE A foto que aqui se reproduz foi publicada pelo site da BBC como ilustrando o massacre de Houla cometido alegadamente pelo exército sírio. No entanto foi captada em 27 de Março de 2003 no sul do Iraque pelo fotógrafo Marco di Lauro.Dá que pensar… O massacre de Houla, atribuído sem reservas pela comunicação social de grande dimensão e pelos governos dos países ocidentais ao exército sírio, parece ainda ter muito por explicar, como sabem diplomatas daONU conhecedores dos meandros em que se movem alguns observadores enviados pelos serviços do secretário geral das Nações Unidas. A BBC, com todo o prestígio que lhe é atribuído,também sem reservas, publicou no seu site esta foto das vítimas do massacre de Houla com a legenda de que teria sido facultada por “um activista”mas cuja autenticidade não poderia ser verificada. O fotógrafo italiano Marco de Lauro teve menos dúvidas sobre a autenticidade da foto e do “activista”: a foto é de sua autoria e foi tirada em 27 de Março de 2003 no Iraque, ao sul de Bagdad, poucos dias depois de iniciada a invasão norte-americana do país. Foi o que Di Lauro,fotógrafo da agência Getty Images, explicou ao diário britânico The Telegraph . Com base nas informações que têm vindo a lume sobre sucessivos “massacres” alegadamente cometidos pelas autoridades sírias os governos dos países da união Europeia, entre os quais Portugal, estãoa expulsar ou a retirar credenciais aos embaixadores da Síria, considerando assim o regime como único responsável pela violência – que o próprio secretáriogeral da ONU já qualifica como “guerra civil”. A Administração Obama afirma, na sequência destes acontecimentos, que o passo que se segue temque ser a substituição do regime de Damasco – embora sem expor a metodologia para concretizar o objectivo. Meios de comunicação com menor dimensão, menor penetração, ou simplesmente abafados, têm dado informações mais completas.Explicam que esquadrões da morte treinados na Turquia e no Kosovo com apoio norte-americano, constituído por mercenários fundamentalistas islâmicos, estão a ser infiltrados em zonas sírias através das fronteiras turcas e libanesa para manterem a desestabilização no país e impedirem o funcionamento do cessar fogo. Os massacres de cidadãos inocentes, entre os quais dezenas de crianças, estão a ser cometidos em coincidência com a visita dos observadores da ONU com a missão de analisarem a concretização do chamado Plano Annan. Coincidem também com a data prevista para iniciar a aplicação da segunda fase do plano, as negociações políticas entre Damasco e a oposição, na qual oregime se tem mostrado muito mais interessado do que a oposição, pelo menos os grupos de índole islamita apoiados pela Turquia, Qatar, Arábia Saudita, Estados Unidos e União Europeia. O mundo não tem dúvidas sobre a realidade que é ocarácter violento e autoritário do regime da família Assad; o recurso a fotos como esta levanta, porém, outras questões, como a da manipulação e a falsificação da informação em torno da realidade que se vive na Síria. E também sobre o carácter das “fontes” privilegiadas, sejam elas“activistas”, blogues patrocinados por serviços secretos ocidentai se organizações ditas de direitos humanos surgidas de um momento para o outro. Este não é o primeiro caso de manipulação de fotos e vídeos. Nos últimos tempos da guerra contra a Líbia, a mesma BBC publicou imagens de manifestações anti-Khaddafi em Tripoli que correspondiam a uma manifestação muito anterior realizada na Índia e que tinha a ver com assuntos indianos; e foi demonstrado que o primeiro vídeo divulgado pela Al-Jazeera sobre os festejos resultantes da queda de Khaddafi foram anteriores à própria realidade e fabricados numa encenação montada no Qatar em que foi simulada (com erros crassos) uma praça de Tripoli. A pergunta defundo é: se a realidade é a que se diz e se explica com tanta convicção que razão leva a que se fabriquem as supostas provas do que se afirma?

sábado, 9 de junho de 2012

Dia 30 de Junho - Manifestação pelo Direito ao Trabalho

Mouraria

in Spectrum, ontem dia da visita de Cavaco e António Costa a este bairro de Lisboa 





São Lázaro e a política terrorista da habitação da Câmara Municipal de Lisboa


Conclusões da 7.a Assembleia de S.Lázaro
I
Acerca da resolução fundamentada que a vereadora Helena Roseta entregou no Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa (o instrumento usado pela autarquia para ultrapassar a suspensão do despejo decretada pelo tribunal, mediante o qual, supostamente, se deixa inequívoco o "interesse público" da desocupação do n.º 94 de São Lázaro), e sem prejuízo de virmos a exercer o direito de o contestar em local próprio, temos a dizer o seguinte:

* Se de facto a CML é “dona e legítima proprietária” (ponto 1) do imóvel, por que razão, desde a saída dos últimos inquilinos em 2005 até ao presente, e mesmo após a breve ocupação em Novembro de 2010, não foi adoptada qualquer projecto ou simples medida que impedisse a deterioração do seu estado de conservação (ponto 8)? Para reduzir o agravamento das condições de preservação do imóvel bastaria apenas fechar algumas portadas e selar outros pontos de fuga, impedindo a infiltração das águas da chuva, a entrada de pombos e dos respectivos dejectos, entre outros. Tais medidas, de imediato e obviamente realizadas por todos nós, não implicariam quaisquer encargos adicionais para a autarquia e demonstram por conseguinte o profundo desprezo a que foi votado o imóvel pela sua “dona e legítima proprietária”;

* Ainda relativamente ao ponto 8, honra-nos bastante que os próprios documentos utilizados pela vereadora Helena Roseta para demonstrar o estado de preservação do imóvel não sejam aqueles que uma vistoria técnica competente prevista pelos programas de reabilitação da câmara facultariam, caso tivesse existido de facto uma vistoria; refira-se que o contexto de tais fotografias reporta-se precisamente ao momento de redacção de um relatório que desse conta dos problemas do imóvel passíveis de serem facilmente solucionados, sem recurso a financiamentos exorbitantes, o que aliás foi feito e constitui método;

* A campanha alegre aludida pelo ponto 10 (candidatura a espaços para actividades sociais ou culturais), prometendo paternalisticamente a possibilidade de surgir um espaço com essa tipologia, sugere a nossa ignorância da mesma, o que é falso; já conhecemos, já tentámos e já esperámos: demasiado;

* Os restantes pontos são uma enxurrada de incoerências lógicas temperadas com um discurso hipócrita e eleitoralista, recorrendo à figura das “famílias carenciadas” (pontos 14-16) como forma de justificar a actuação da vereadora enquanto paladina do interesse público; havendo velhacaria para tudo, recorre-se inclusive à função “social e habitacional” da câmara e do seu zelo em garantir o “direito à habitação” de tais famílias com “carências socioeconómicas”;

* Ora, pondo de parte a crónica ingerência e incúria da autarquia (visível em centenas de prédios de que a mesma é “dona e legítima proprietária”) em matéria de reabilitação urbana e do seu papel regulador do direito à habitação, pergunta-se: se de facto o imóvel em questão não está em condições de habitabilidade (ponto 19), porquê a celeridade em querer desocupá-lo, justificando tal acção para que o mesmo seja logo…habitado? Atente-se que a sua inclusão em programas de reabilitação urbana, como o PIPARU (ponto 22), não é, de todo, garante da sua atempada e imediata intervenção com vista a esse objectivo; pelo contrário;

* De facto, o programa PIPARU tem sido desde a aprovação do respectivo empréstimo pela AML (120 milhões de euros, dos quais apenas 25% se destinam à reabilitação de imóveis públicos para habitação) em Dezembro de 2009 marcado pelo desfasamento dos seus objectivos; está-se bastante longe das palavras do presidente António Costa quando este declara em Abril de 2009 que “Assim que a AML aprovar este modelo de financiamento o programa pode arrancar imediatamente”; mesmo depois da aprovação do empréstimo pelo Tribunal de Contas, a declaração da existência de planos para São Lázaro foi invocada para justificar o primeiro despejo em 2010, com os resultados que se conhecem. O que tem caracterizado o PIPARU são baixas taxas de execução (20%, 9,6 milhões de euros), a pouca agilidade dos gabinetes competentes na sua gestão e os atrasos na intervenção, mesmo em bairros prioritários e dados à gentrificação, como Alfama. Não nos surpreende por isso que o mesmo tenha sido, dois dias antes da publicação do despacho da vereadora, amplamente criticado por todos os quadrantes políticos em Assembleia Municipal, resultando na rejeição do orçamento em que o mesmo vinha ajustado;

* Estamos em Junho de 2012 e as intenções reais da câmara e da vereadora relativamente a São Lázaro 94 são o que parecem: uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma. Se as suas intenções de “vistorias pormenorizadas” (ponto 23) obrigavam a que o prédio não contivesse vivalma (ponto 24), como convém e como é apanágio de inúmeros imóveis de que a câmara é proprietária, perguntamos se a solução de emparedamento do mesmo é preferível a que este permanecesse de portas abertas; torna-se demasiado flagrante a leviandade neste assunto da vereadora Helena Roseta;

* Concluindo, e relativamente aos pontos 25, 26 e 28, que assinalam o prejuízo que a ocupação, genericamente, constitui para o interesse público e para eficácia de execução dos programas de reabilitação dos vários imóveis devolutos, cabe-nos reiterar o seguinte: a experiência de São Lázaro 94 constituiu a prova inequívoca de que é possível a quaisquer habitantes de Lisboa recuperarem e transformarem em poucos dias e autonomamente um prédio abandonado num centro social e cultural alheio às lógicas financeiras e aos jogos político-partidários que desde sempre vêm tolhendo a gestão da CML; é falso que a iluminação do edifício fosse feita através de velas; existe má-fé na menção de uma infiltração pontual. O principal obstáculo ao cumprimento do direito à habitação é apenas e só a própria câmara, que entrega abusivamente os seus imóveis ao abandono e à especulação e pretende ser capaz de
administrar e gerir uma gigantesca máquina burocrática sujeita aos buracos orçamentais do erário público, aos interesses que o cercam e que permanece distante das reais necessidades das pessoas;
II
Acerca dos acontecimentos decorridos no dia 31 de Maio, posteriormente ao despejo, cumpre-nos asseverar que:

* Rejeitaremos sempre encetar ou retomar negociações com quem actua recorrendo à força, a agentes infiltrados, ao abuso coercivo e à trapaça, usando a polícia para salvaguardar as suas intenções só para depois expiar mediaticamente o cometido através de promessas de diálogo; a postura da vereadora Helena Roseta foi torpe; as declarações do presidente António Costa sobre a mesma actuação policial são falaciosas e para inglês ver;
* A manifestação que teve lugar no mesmo dia a partir das 19h00 no Martim Moniz remete-nos uma outra vez para a natureza dos comentários feitos pela vereadora sobre a “rua” e a sua verdadeira noção de democracia: "Não sei o que iremos conseguir com estas formas de cidadania que estão a procurar inventar-se um pouco por todo o lado e também aqui, em Lisboa. O que sei é que a rua pode ser, e está a ser, o “espaço público” de que a democracia precisa para viver e crescer […] Não podemos deixar que este “espaço público” nos seja roubado. Saberemos defendê-lo com convicção e civismo. Na rua e nas redes sociais, saberemos demonstrar o que queremos e o que não queremos"


* O que se passou então nessa manifestação, conforme vários testemunhos, imagens e vídeos ilustram foi deveras grave; para lá dos rótulos de “violentos” com que um ou outro relatório e a comunicação social nos mimam, a verdade é que a Polícia de Segurança Pública deixou-se de quaisquer subterfúgios que ainda poderia encerrar e procedeu, à descarada, à perseguição ilegítima dos manifestantes em correria, estando todos os agentes revestidos a armaduras e capacetes, aptos sim a responder a acções armadas de guerrilha urbana, empunhando cassetetes, pistolas, caçadeiras e até um lança-granadas;

* Cerca de duzentas pessoas foram acossadas sob coacção física durante dezenas de metros pela Avenida Almirante Reis, como se de mero gado tresmalhado se tratassem, desde o Intendente até ao adro da Igreja dos Anjos; os manifestantes assistiram ainda à chegada absurda e ridícula de um grosso aparato policial que no fim era composto por cerca de 15 carrinhas do corpo de intervenção e respectivos soldados;

* Cerca de um quarto do grupo original foi sequestrado e impedido de sair para lá da área das escadarias da Igreja dos Anjos; o cerco, composto por elementos da mesma força policial, foi-se progressivamente encurtado durante cerca de hora e meia, actuando no sentido de submeter psicologicamente os manifestantes, tornando latente a ameaça de intervenção física, e não apresentando qualquer razão para o sucedido; posteriormente, todos os elementos deste mesmo grupo foram revistados e identificados de acordo com as recomendações de um tal relatório que referencia alguns de nós como violentos, sem que tivessem sido encontrados quaisquer objectos que pudessem sequer remotamente justificar o injustificável;

* Não pretendemos ocupar-nos mais do camaleão político que estará doravante e para sempre directamente implicada a esta nojenta e promissora actuação da PSP; tampouco lhe queremos sugerir que tenha uns poucos pingos de vergonha e que se demita; o que sucedeu no dia 31 de Maio após o despejo de São Lázaro extravasa em muito a sua inépcia em lidar com um movimento social que decidiu actuar para lá dos regulamentos que norteiam a deficiente gestão camarária de imóveis. Queremos afirmar que estamos aqui para durar até que da árvore do poder todos caiam de podre. Não nos vergamos, não nos ajoelhamos, não cedemos. Continuaremos a levantar prédios e vizinhanças enquanto prédios houver para o fazer.

A Assembleia de São Lázaro 94, 06/06/2012

sexta-feira, 1 de junho de 2012

São Lázaro 94 vive! A violência policial não nos intimida, continuemos a luta pelos nossos sonhos e anseios

Vivemos momentos em que a palavra democracia só existe no papel, a realidade è que os órgãos do poder agem impunemente , revogando na hora qualquer legislação que tenha a veleidade de criar obstáculos à execução das suas políticas de terror social: È o governo da tróika que sob o manto da crise se permite revogar a constituição embora digam que têm que ser dois terços da assembleia da república a votar quaiquer alterações, tudo balelas que se destinam a esmagar o povo com medidas draconianas ao serviço dos seus amos do FMI/BCE .
 
Ontem a CML permitiu-se cometer mais uma ilegalidade, isto à luz das leis aprovadas por tais senhores : Ao mandar a polícia desocupar violentamente S. Lázaro 94, Roseta e o experiente Costa em matéria de repressão, não tivesse este senhor já ocupado a pasta da administração interna, diziamos, estes senhores burrifaram-se para a providência cautelar, preceito legal que tinha impedido o despejo há semanas atrás. Dizem eles, as razões prendem-se com a segurança do edifício devido ao seu estado de degradação e a necessidade de habitação para as famílias, pura demagogia: cada vez há mais casas abandonadas fruto da crise que varre o país, sendo alguns milhares da Câmara que não as recupera e vota ao abandono. Preocupações prioritárias da
arquitecta Roseta e seu Sr. Costa são as obras de fachada, descurando os interesses da população não só no domínio da habitação mas noutras vertentes como a saúde, a higiene...
Para culminar o dia de ontem, assistimos ao episódio vergonhoso da polícia armada até aos dentes a violar as leis mais elementares de cidadania que consiste no direito de manifestação. Na continuação das políticas do governo e câmaras municipais do país e permitido à polícia agir como muito bem entender interpretando as leis como lhe aprouver: Cercar manifestantes, revistá-los,  identificando-os pidescamente um a um, omitindo a identificação de cada um dos seus membros, enfim um rol de ilegalidades á luz das leis que juraram defender. Vergonhoso, não exagerando , estamos no limiar de um estado fascista, este sim com uma grande sotisficação .
Todas estas ocorrências não nos devem intimidar, a luta è o caminho .
Alguns videos e imagen de ontem .
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