quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Quando a alemanha pediu para viver


Na Conferência Financeira de Bruxelas, em Setembro de 1920, perante a  imposição de fortes indemnizações à Alemanha em virtude da I Guerra Mundial, o delegado alemão Herr Bergman fez "um apelo à benevolência das nações vitoriosas para que o seu país pudesse viver" conta o historiador Filipe Ribeiro de Meneses no livro Afonso Costa.

O historiador diz que as palavras do delegado alemão "foram acolhidas com fortes aplausos dos delegados de nações neutras e aliadas", citando o Le Temps de Paris e o The Times de Londres que fizeram a cobertura da conferência.

Mas houve um representante de um país à Conferência que não gostou das palavras do alemão: Afonso Costa.

Conta Ribeiro de Meneses:
"Costa reagiu como se estivesse completamente enfurecido. Subiu ao palco e põs de lado o discurso. Segundo o Diário de Notícias, 'ostensivamente o sr. Afonso Costa voltou as costas aos alemães até ao momento em que acusou a Alemanha de, atacando, deslealmente os portugueses em África antes de quaisquer declarações de guerra, ter causado ao país prejuízos e despesas, que pesam na sua situação actual'.

Como explicar esta reacção de Costa?
O antigo chefe de Governo português ainda tinha em Setembro de 1920 algumas esperanças de conseguir uma indemnização de guerra da Alemanha de cerca de 432 milhões de libras (cerca de 19 mil milhões de euros aos valores atuais). 

Quando se fecharam as contas no ano seguinte, os aliados decidiram que Portugal só teria direito a 50 milhões de libras. E nem este dinheiro havia de ser pago a Portugal...

 Um país protagonista de infelizes histórias torcionárias, que iniciou 2 Guerras Mundiais, que teve N perdões de dívida, tem o desplante de declarar que a Grécia, país onde a Democracia foi inventada e aplicada pela 1ª vez no mundo, não devia era ter direito a nada... nem a estar na Europa...

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