quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Evocamos aqui o 11 de Setembro de 1973

 
 
Foi há 40 anos que o Regime Democrático Constitucional e o seu presidente eleito, Salvador Allende, foram derrubados por um golpe militar dirigido por Augusto Pinochet. Um golpe havia muito planeado pela Casa Branca, por Richard Nixon e Henry Kissinger, a eminência parda que Gore Vidal, escritor norte-americano já falecido, disse em tempos dever ser levado ao Tribunal Penal Internacional por Crimes Contra A Humanidade. O golpe militar de Pinochet contou com o apoio militar e financeiro dos Estados Unidos e da CIA (a mando dos seus governantes), em estreita colaboração com organizações terroristas chilenas, como a Patria y Libertad, de cariz nacionalista-neofascista. A este golpe seguiu-se o período mais negro da História do Chile, porventura a Ditadura mais sangrenta e mais sanguinária do século XX. «Quatro meses depois do golpe, o seu balanço já era atroz: quase 20 000 pessoas assassinadas, 30 000 prisioneiros políticos submetidos a torturas selvagens, 25 000 estudantes expulsos de escolas e 200 000 operários demitidos. A etapa mais dura, sem dúvida, ainda não havia terminado.» Gabriel García Márquez Publicado no JN em 18.08.2011: «O governo chileno reviu esta quinta-feira em alta o número de vítimas da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) para mais de 40 mil. Um relatório de uma comissão governamental contabilizou mais 9.800 pessoas torturadas ou detidas por motivos políticos, totalizando 37 mil, e mais 30 mortos ou desaparecidos, somando 3.277, de acordo com as agências noticiosas francesa AFP e americana AP. A comissão, reactivada no final de 2009 pela ex-presidente Michelle Bachelet, examinou 32 mil dossiers, com base em testemunhos e elementos novos. O Estado reconheceu, até à data, 27.153 pessoas merecedoras de uma compensação mensal pelas violações dos direitos humanos de que foram vítimas.» A ditadura de Pinochet prolongou-se até princípios de 1990, mas Pinochet conseguiu manter-se como o mais alto responsável pelas Forças Armadas do país até Março de 1998, altura em que passou a ocupar o cargo, por ele criado, de senador vitalício no Congresso chileno. Até hoje, desconhece-se a verdadeira dimensão dos crimes cometidos durante a ditadura de Pinochet. Quanto ao segundo 11 de Setembro, o sempre invocado "Nine/Eleven": A perda de vidas humanas é sempre, e em qualquer parte do mundo, uma Perda para a Humanidade. No entanto, não posso deixar de lembrar o velho ditado: «Quem semeia ventos, colhe tempestades!». Honra ao Presidente Allende e a todos os socialistas democratas, a todos os resistentes chilenos que, de uma maneira ou de outra, foram vítimas do golpe militar de 11 de Setembro de 1973.


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