domingo, 6 de maio de 2012

Tanta Gente sem casa, Tanta casa sem Gente !

A sociedade capitalista diáriamente pratica toda a espécie de actos de terrorismo, refletindo-se também nos domínios da habitação . Assistimos ao despejo de inúmeras famílias por não conseguirem pagar altíssimos juros à banca em consequência do aumento desenfreado do desemprego e dos cortes nos salários . Casais jovens vêm-se obrigados a voltar ao lar familiar em consequência da política de miséria do governo presente, que não só continuou a política do governo anterior como a têm vindo a agravar de uma forma inaudita .

Ora, o que fazem as câmaras municipais, perante este quadro ? Apoiam , estão sensiveis às dificuldades populares ? Falso, não fossem estes órgãos o prolongamento do estado capitalista . São feitas obras de fachada e os direitos elementares de habitação não são colocados em prática fazendo juz à constituição , isto com raríssimas excepções .

Lisboa não è excepção, mais preocupada está em por de pé práticas repressivas ; ainda hoje um diário referia o plano projectado por esta câmara em instalar mecanismos de vigilância electrónica numa vasta área da cidade, A habitação, a higiene, a saúde, os transportes, os espaços verdes... definham, venham as obras de fachada .

E a cultura? O associativismo das pessoas? Uma cidade mais humana ? Enfim lembram-se do Grémio Lisbonense, o Palco Oriental entre outros casos ...

Juntamos uma carta aberta de uma associação ambiantalista, GAIA à vereadora da Habitação arquitecta Helena Roseta .

O GAIA, na qualidade de associação legalmente constituída e com trabalho ininterrupto desde 1996, no que concerne às declarações da vereadora e Arq.Helena Roseta, sobre a ocupação de um edifício camarário devoluto na rua de S. Lázaro, tem a declarar o seguinte:

Faz perto de 5 anos que o GAIA contactou pela primeira vez a CML no sentido de obter permissão para utilizar um edifício camarário, das várias centenas de edifícios camarários devolutos na cidade de Lisboa.
Durante todo este tempo sucederam-se as reuniões entre o GAIA e a CML, entregaram-se todos os documentos e desenharam-se os projectos, que circularam de gabinete em gabinete, foram perdidos pela CML e reapresentados em novas reuniões. Até ao momento ficamos com a ideia que o nosso projecto passou pelas mãos de todos os funcionários da Câmara, e ainda assim não foi aprovado. Nem recusado. Como o nosso, projectos de muitas associações entopem as gavetas dos gabinetes da Câmara, enquanto os edifícios vão ruindo.
Os nossos direitos, e de todos os lisboetas, são pisados a cada esquina, a cada quarteirão abandonado. A incompetência da CML em gerir o património comum priva todas as pessoas que habitam a cidade de Lisboa de uma série de equipamentos que deveriam estar ao seu serviço, para fins culturais, sociais, educativos.
A ocupação da R. de São Lázaro é um pequeno exemplo do que uma cidade viva pode ser. Estamos com os que todos os dias constroem esse projecto, com o seu esforço em recuperar o edifício e devolvê-lo à cidade, para a concretização do fim social que a habitação deve cumprir. Como estes, venham muitos, muitos mais!
Ontem, o GAIA organizou um jantar popular na casa ocupada de São Lázaro, em solidariedade com o grupo de pessoas que desde o dia 25 de Abril tem dado vida a este espaço abandonado pela CML. Após a assembleia da casa (decorrida às 18h), foi servida uma salada de couscous com ingredientes provenientes de agricultura biológic. O jantar serviu de ponto de encontro, convívio e discussão para as várias dezenas de presentes.

GAIA - Grupo de Acção e Intervenção Ambiental
http://gaia.org.pt


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