quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

AcTUA - Acampamento pelo TUA de 10 a 18 de Março

Caros amigos, Caras amigas

Entramos na fase crítica para podermos travar uma das maiores atrocidades cometidas num dos mais belos rios de Portugal. Esta é uma luta que já dura há vários anos, contudo todos os esforços que têm sido feitos para preservar o Vale do Tua, a sua riqueza natural e cultural, têm sido contrariados pelas forças políticas e económicas que querem expropriar-nos de um bem comum universal.

A construção da barragem já começou! O Vale do Tua faz parte do Alto Douro Vinhateiro - Património Mundial da Humanidade que celebrou o 10° aniversário da classificação atribuída pela Unesco em Dezembro passado – e vê-se agora em risco de ser completamente destruído. Temos de agir. Temos de nos unir para preservar um Património que é nosso.

A construção da Barragem em Foz-Tua faz parte do Plano Nacional de Barragens, um plano energético concebido pelo Governo deposto que promulgou a construção de 10 Barragens de Elevado Potencial Hidroeléctrico no país. A maioria das organizações da sociedade civil insurgiu-se contra este plano, que dá forma ao maior atentado ambiental a acontecer em Portugal. Apesar de todo o esforço feito por estas organizações, os interesses económicos que estão por detrás das construções das barragens têm ultrapassado todos os entraves colocados.

Precisamos de todo o apoio possível para parar a barragem de Foz-Tua.

O dia 14 de Março é o Dia Internacional pelos Rios. O rio Tua, o rio Sabor, o rio Tâmega, os rios ameaçados não podem ser esquecidos. Queremos assinalar este dia com um evento em que a nossa voz se faça ouvir. Do dia 10 ao dia 18 de Março iremos organizar um acampamento pela preservação do Vale do Tua e pela censura pública dos promotores deste empreendimento.


Este acampamento pretende reflectir sobre o momento actual que vive Trás-os-Montes e, em especial, a Linha do Tua e ao mesmo tempo, partilhar a realidade, cultura de uma comunidade que há muitos anos sente e vive o Vale do Tua. Ao mesmo tempo, o acampamento será um local para criar redes entre as pessoas, fortalecendo a aprendizagem entre todos/todas: a troca de experiências e difusão de informações sobre questões ambientais, sociais e políticas. Será também um espaço para acções de protesto, junto aos locais e com as gentes afectadas pela barragem, para exigir a suspensão dostrabalhos de construção. Nao podemos permitir que a construção da barragem condene a Região do Vale do Tua com a desclassificação do Alto Douro Vinhateiro e a submersão da centenária Linha do Tua, por isso caminhamos contra a construção da Barragem da EDP.

O acampamento está a ser organizado por voluntários.Precisamos de todo o apoio das associações e das pessoas que queiram participar na organização deste acampamento. Este acampamento é auto-organizado e lançamos o apelo para que todos/todas se organizem com acções e material pelo Tua, contra a Barragem. O apoio poderá ser feito de várias formas:
- divulgando material de campanha, convites, outros materiais informativos
- organizando transportes colectivos para viagem até ao Tua
- organizando materiais como: tendas/lonas/estruturas em madeira/equipamento de cozinha/casas de banho ecológicas/alimentos/tintas/
- participando activamente na organização e preparação nas reuniões, workshops e na preparação do acampamento no terreno
- donativos

Os impactos que a construção da barragem vai provocar são inúmeros e irreversíveis, entre eles contam-se:
- o afogamento de uma linha de comboio com 125 anos, que tem a função de servir as populações locais ao nível de transporte de bens e pessoas, como tem também um potencial turístico enorme, e por isso de importante desenvolvimento económico e social;
- a hipoteca causada a todas as gerações futuras pela construção da barragem (o PNB está previsto custar 16 mil milhões de euros ao estado e ter uma produção nula)
- as grandes barragens destroem irreversivelmente os solos agrícolas, os ecossistemas, as paisagens naturais e humanizadas, o património cultural, ou seja, a sustentabilidade social, ecológica, económica;

- a desclassificação do ALTO DOURO VINHATEIRO – Património da Humanidade (ver relatório da ICOMOS sobre os impactos da barragem da EDP no Património Mundial da UNESCO);

- a perda incomensurável de fluxo turístico de identidade cultural e de criação de riqueza na Região;

- a violação da Directiva Quadro da Água, um plano de acção da Comunidade Europeia para a protecção das águas.

Todas as mãos são bem-vindas! Não deixemos afundar o Vale do Tua!
Acampamento Actua 10 a 18 Março 2012
Concurso de Artes Actua pelo Tua // Exposição 14 Março Foz-Tua // Inscrições Abertas



in, http://acampamentoactua.wordpress.com/

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